segunda-feira, 19 de novembro de 2012

dos dias

Bate 6 horas da manhã no relógio da cozinha. Levanto para preparar o café enquanto ela ainda dorme. Quando saí do quarto, ela portava no rosto um leve sorriso de quem sonhou coisa boa durante a noite. Preparo o café. Torradas talvez, será que ela vai querer? Enquanto ela dorme, penso se ela vai querer ovos ou só requeijão. Requeijão. Tomo banho, pois já bate 6:30 e tenho que trabalhar. Leve tristeza ao ir ao trabalho todos os dias, ter que deixá-la dormindo todos os dias. Mas dessa vez acordo aquela criatura que, com cheiro de sono, me beija a boca. Ela nota que eu fiz a barba. Não gosta. Enquanto eu preparo meu café na xícara, me abraça por trás e pergunta a que horas que eu volto, porque é muito silêncio quando eu não estou. Coloca uma música no rádio da cozinha e lá vem a triste voz do cantor que talvez nem sabe o que canta "que linha liga o teu coração ao meu?" Não sei - respondo sem querer, sem perceber que ela escutou. Já bate 06:45, é hora de sair e enquanto desço as escadas vou pensando que ela nem comeu as torradas e que provavelmente voltou a dormir.
Chego do trabalho às 18:10, não há ninguém em casa. Vou a cozinha, percebo que não há nada para comer, sequer um café requentado da manhã. Tomo banho, ligo a tevê, vou ver jornal. E percebo que a única vez que sorri hoje foi quando a conheci. Nunca mais (mentira). Os dias permanecem na apatia das relações desgastadas de um só lado (mentira). Enquanto ela pensa em mudar as cores das paredes, eu só quero que ela mude as próprias cores e, consequentemente, mude as minhas também. Não muda. Dá 22 horas, ela chega esbaforida falando alto coisas que não preciso saber sobre a vida, diz que correu para pegar o ônibus, que andou rápido para não ser assaltada e ainda falando se jogou no sofá, ao meu lado. Não parava de falar, pensei que ela pudesse ir ao psicólogo tratar essa hiperatividade, mas era assim que ela era. Não falei uma palavra e não esboçava nenhum sorriso. Ela acabou de falar, me olhou, beijou a parte entre meu cabelo e meu olho direito, falou "desculpe, meu bem". Me beijou a boca pela segunda vez, beijo morno. Levantou-se, foi tomar banho, não lavou o cabelo, fez um coque, a fiquei observando enquanto ela tomava banho de porta aberta e vi que ela me cansa na mesma intensidade, mas em momentos diferentes, de que eu sinto amor. Amor e cansaço. Hoje eu não sei o que é...
Porque ela faz coques e me beija a cabeça e me abraça as costas e me conta dos dias sem eu querer saber, quase sem respirar, mas ao mesmo tempo não come minha torrada e me beija morno, como se tivesse se acostumado a me beijar. Pode não. Quero beijo fresco todo dia. Aprende. Assim como você quer café fresco todo dia de manhã.

sábado, 17 de novembro de 2012

Sou tão feliz - sou tão feliz pelas pessoas que eu amo e que hoje são amadas por outras pessoas também.
transbordo de amor. Me sinto com vontade de chorar porque eu tô feliz. Sou menina de chorar. Choro de desespero, mas também choro de amor. Acho que sal é amor. O mar é amor, a lágrima é amor, pão com ovo também é.

Como explicar o quão lindo é chegar e ver nos olhos da sua amada o quanto ela ama alguém - mesmo que não seja você - e se sentir bem com isso? Só tenho vontade de beijar aquelas bochechas que eu sempre gostei, beijar aquelas mãos que um dia segurei. E tu, pequena luz, receba meu carinho - que não é igual ao de antes - mas tão sincero quanto.

luana e lucas