segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Nas ondas do mar


é coração do tamanho de uma amendoim cheio de angustia. é necessidade de chorar, de limpar a alma, mas que falta lugar para fazer, falta dignidade, falta coragem de chorar.

E nem tem cigarro, vinho, nem meu melhor afago de amigo pra me salvar. talvez nas ondas do mar, talvez nas brincadeiras de criança, talvez nos abraços de um menino de 10 anos que me ama sem precisar dizer, que diz que não vai me soltar nunca mais. talvez dentro do mar, em mim, no meu mar, eu me encontre noutro lugar, sem esse peso de sempre, sem essa renuncia, sem o drama, sem esse amor que dói. talvez eu me encontre na minha cura juvenil, na fuga do que corrói, na fuga do que é belo, mas é vulgar.

Minha vida se resume a tecladinhos tristes, um copo de vinho, caderninhos com minhas tristezas escritas, minhas canções que me enobrecem a vida e as cores.

Mas é que hoje o dia se resume a vontade de chorar, lembranças e vontade de esquecer. Pega aquela estradinha e segue, vá lá. Volta não, pequena, porque a hora que você vem é muito cedo pra mim...

"Quando lhe faltar razão, que enfim fale o coração".



sábado, 22 de dezembro de 2012

Quarta e Quinta


Ainda era cedo quando acordou antes de mim e deitou nas minhas pernas, fiz carinho na sua cabeça enquanto ainda decidia se acordava ou dormia. Querer bem. Ela é dona do mais amável lugar, é tão meu lar, tem cheiro de infância, tem gosto de suco de maracujá. É de um carinho de outra vida, tenho certeza, pois como hei de explicar, então, essa afinidade tão grande entre nós? Segura minha mão, meu bem. Segura minha mão pra eu dormir em paz. Deixa o videogame ligado caso eu perca o sono... mas quem disse que se perde o sono quando existe conforto no coração? 

Obrigada, lolô, por ser tão legal comigo. Por me xingar, por apontar os meus defeitos com tanto carinho, por cuidar de mim quando eu nem sei o que dizer... É chorar no escuro e você perceber e só segurar minha mão. Coisa boba, eu sei, mas é você que me expulsa e me abraça num mesmo impulso.

Um dia você ainda vai separar uma gaveta pra mim...

domingo, 9 de dezembro de 2012

feliz pra cachorro

Assim que cheguei me abraçou calada, me transbordando de amor. É como um filme francês, um tocador de sanfona triste, pessoas ébrias sendo sugadas pelo sentir, se entregando àquilo como se o amanhã não fosse amanhecer. O desejo de ficar.
A completude e eu somos a mesma coisa nesse momento. Da boca sai palavras de poesia, mas ela não lê muita poesia não, prefere romance. Deve ser por isso que ela é feita de versos e deve ser por isso que ela brilha quando silencia. O silêncio não é constrangedor com ela, o silêncio é só silêncio, a pausa do pensar, é o tempo de pegar no dedinho dela e acarinha-la a unha, como uma pessoa que faz carinho só por querer acarinhar. Ela entende e nesse entendimento me beija a alma, como quem não quer nada também, só pelo ato de beijar algo que gosta. A gente se beija de outros jeitos, a boca não é mais tão necessária, não cabe mais.
Às vezes nem tenho o que falar, até porque nem tem o que dizer. Só que ela me faz ser eu e eu sou ela e ela me faz completo na minha incompletude. Já passou a muitas léguas do amor, já tá muito lá na frente. É vontade só de olhar, admirar os detalhes daquele corpo que já foi tão maltratado e querer cuidar daquele coração que nem é mais o mesmo... É sentir o cheiro do corpo, do cabelo, é beijar as mãos, beijar as pálpebras. É âncora e balão. Âncora que prende na realidade, que põe no chão; balão que eleva, que põe no céu pra ver de cima a vida de vez em quando. O que me põe pra cima é mais forte do que o que me põe pra baixo, sempre será.
Tem gente que gosta de ler poesia, que conhece sua estrutura e a semântica. Sabe interpretá-la e julgá-la como bem entender. O entendimento da poesia perpassa a realidade, perpassa o entendimento, tá no âmago, na alma, no eu, no nu, no defeito, no desajeito, na falta, na loucura. O que é poesia? No que se consiste o ser poeta? A poesia se vive e nem se entende, viu?
Eu gosto no que ela me transformou: menino morrendo de sede. E o meu amor é do tamanho da minha sede. E a minha paz é o copo d'água tomado desesperado, molhando os cantos da boca. Lambuza-se ou solta a minha mão.


"Desde que te vi, não tenho enjoeira, nem segunda-feira ou canseira no meu coração"
Cê entende, né, pequena?


segunda-feira, 19 de novembro de 2012

dos dias

Bate 6 horas da manhã no relógio da cozinha. Levanto para preparar o café enquanto ela ainda dorme. Quando saí do quarto, ela portava no rosto um leve sorriso de quem sonhou coisa boa durante a noite. Preparo o café. Torradas talvez, será que ela vai querer? Enquanto ela dorme, penso se ela vai querer ovos ou só requeijão. Requeijão. Tomo banho, pois já bate 6:30 e tenho que trabalhar. Leve tristeza ao ir ao trabalho todos os dias, ter que deixá-la dormindo todos os dias. Mas dessa vez acordo aquela criatura que, com cheiro de sono, me beija a boca. Ela nota que eu fiz a barba. Não gosta. Enquanto eu preparo meu café na xícara, me abraça por trás e pergunta a que horas que eu volto, porque é muito silêncio quando eu não estou. Coloca uma música no rádio da cozinha e lá vem a triste voz do cantor que talvez nem sabe o que canta "que linha liga o teu coração ao meu?" Não sei - respondo sem querer, sem perceber que ela escutou. Já bate 06:45, é hora de sair e enquanto desço as escadas vou pensando que ela nem comeu as torradas e que provavelmente voltou a dormir.
Chego do trabalho às 18:10, não há ninguém em casa. Vou a cozinha, percebo que não há nada para comer, sequer um café requentado da manhã. Tomo banho, ligo a tevê, vou ver jornal. E percebo que a única vez que sorri hoje foi quando a conheci. Nunca mais (mentira). Os dias permanecem na apatia das relações desgastadas de um só lado (mentira). Enquanto ela pensa em mudar as cores das paredes, eu só quero que ela mude as próprias cores e, consequentemente, mude as minhas também. Não muda. Dá 22 horas, ela chega esbaforida falando alto coisas que não preciso saber sobre a vida, diz que correu para pegar o ônibus, que andou rápido para não ser assaltada e ainda falando se jogou no sofá, ao meu lado. Não parava de falar, pensei que ela pudesse ir ao psicólogo tratar essa hiperatividade, mas era assim que ela era. Não falei uma palavra e não esboçava nenhum sorriso. Ela acabou de falar, me olhou, beijou a parte entre meu cabelo e meu olho direito, falou "desculpe, meu bem". Me beijou a boca pela segunda vez, beijo morno. Levantou-se, foi tomar banho, não lavou o cabelo, fez um coque, a fiquei observando enquanto ela tomava banho de porta aberta e vi que ela me cansa na mesma intensidade, mas em momentos diferentes, de que eu sinto amor. Amor e cansaço. Hoje eu não sei o que é...
Porque ela faz coques e me beija a cabeça e me abraça as costas e me conta dos dias sem eu querer saber, quase sem respirar, mas ao mesmo tempo não come minha torrada e me beija morno, como se tivesse se acostumado a me beijar. Pode não. Quero beijo fresco todo dia. Aprende. Assim como você quer café fresco todo dia de manhã.

sábado, 17 de novembro de 2012

Sou tão feliz - sou tão feliz pelas pessoas que eu amo e que hoje são amadas por outras pessoas também.
transbordo de amor. Me sinto com vontade de chorar porque eu tô feliz. Sou menina de chorar. Choro de desespero, mas também choro de amor. Acho que sal é amor. O mar é amor, a lágrima é amor, pão com ovo também é.

Como explicar o quão lindo é chegar e ver nos olhos da sua amada o quanto ela ama alguém - mesmo que não seja você - e se sentir bem com isso? Só tenho vontade de beijar aquelas bochechas que eu sempre gostei, beijar aquelas mãos que um dia segurei. E tu, pequena luz, receba meu carinho - que não é igual ao de antes - mas tão sincero quanto.

luana e lucas

domingo, 22 de julho de 2012

entrelinhas?

e chega uma hora que escrever não suporta mais, não esvazia o de dentro (...)

saudade do tempo em que escrever era como um dedo na garganta

e o que resta?

engolir o vômito e pendurar um sorriso amarelo na cara. As pessoas acreditam, você também passa a acreditar.



(saudade do tempo que eramos juntos, morrendo dentro de nós)
éramos tão juntos. Éramos grito aflito dentro do travesseiro.

aham

tô precisando de tempo, moreno... um tempo assim que seja capaz de me estabilizar de novo dentro do meu equilíbrio.
é um incomodo estressante, daqueles que você toma banho, escova os dentes, se limpa inteira, limpa a casa, arruma milimetricamente o quarto, troca os lençóis, abre as janelas, mas é como se aquela sujeira nunca saísse de dentro... o incomodo continua e deixa cega. Ainda tem o incomodo das músicas, que trazem sem querer as lembranças doce do que se viveu muito rápido, muito rápido.

é que a partir de hoje eu troquei a palavra tristeza por incomodo. Incomodo engana mais, né? aham.

quinta-feira, 12 de julho de 2012

coisinha

É quando eu paro em um lugar que eu começo a pensar. Olho ao redor e parece uma realidade inventada, que não me pertence e que não faz parte de mim.
O ambiente é livre de qualquer arte, mas tem um cachorro e um incenso às vezes aceso enquanto todos estão em seus computadores, devidamente individualizados. Não há nada na parede a não ser o relógio que bate incessante, te apressando, te lembrando que já se passaram alguns dias e que nada vai parar o giro da terra.
Sai músicas boas da caixa de som, mas nada que não tenha ouvido antes, nada que me toque realmente... a voz é conhecida, a melodia velha, a banda não é a mais bonita da cidade. nem do bairro.
a porta trancada a sete chaves impede que alguém entre nessa propriedade privada, que invada a individualidade da casa, que lhe roube suas coisas e depois vá, como se aquilo o pertencesse.

o cachorro dorme docemente no sofá, esperando o próximo passeio, a próxima brincadeira... Tudo está em ordem. Ordem. Ordem. Me incomoda a ordem. Quero riscar todas essas paredes brancas, jogar tintas e ficar louca alucinada brincando de cor.

Salve, porque sábado já vou pra casa!
Minha casa em cores, meu quarto em cores, meus olhos em cores . E eu.



O relógio bate 14:01. tic.

terça-feira, 10 de julho de 2012

.

"Saudade é a constante troca de fluídos entre um sorrisinho recatado ao ouvir a voz de alguém, o aperto no peito pela necessidade absoluta de sentir a outra pessoa e a solidão por olhar em volta e não reconhecer ninguém. Saudade não é necessariamente boa, nem necessariamente ruim. Afinal, ela demonstra um certo tipo de vazio e você nota importância, onde talvez nunca tivesse percebido.
Saudade pode te levar a fazer coisas antes inimagináveis. Gastar dinheiro que não poderia, tempo que não deveria perder, falas que não deveriam ser ditas e ouvir palavras, as quais, num futuro, poderá nunca querer ter ouvido. No entanto, todas as coisas ditas, feitas, ouvidas, vividas, valerão a pena. E você sabe disso; custa um preço. A questão é se você está pronto pra pagar tal preço. Se vale a pena pagá-lo. E talvez você use da fria e calculista matemática pra decidir seu futuro, mas saiba que, vez ou outra, a maré do sentimentalismo bate na areia dos seus pés e você percebe; está na hora de mergulhar. Mergulhar na aceitação da saudade, ou na recusa. Recusá-la é como fechar a porta pro vento não entrar, mas deixar a janela aberta. Aceitá-la, é se preparar para o vento, vestindo casacos, cobertas. Você sabe que ele vem, mas está preparado. E claro, você sempre dar meia volta, virar as costas pro mar, pro vento, e voltar atrás. Covarde? Fraco? Desistente? Inconsequente? Sentimentalista? Serão perguntas que permearão sua vida pra sempre e por isso eu digo; se é a única opção, encare. Coloque um shorts e mergulhe no mar. Mas se há outras praias, procure direito em qual você preferirá mergulhar. Caso contrário, se arrependerá de ter fechado os olhos pra outras opções para seguir aquela máxima de “melhor se arrepender de ter feito, do que de não ter feito”. Sim, eu concordo com o dito popular. Mas deveria ter uma observação; “primeiro, leve todas as coisas em consideração. Não deixe escapar nenhuma!” Talvez, se eu tivesse feito isso, o texto não seria tão intimista e pessoal.
E claro, como disse Marcos Vinícius em seu comentário; “Saudade, para mim, é a vontade de ter algo bom por perto, seja algo que já viveu, seja algo que ainda não viveu.
Sou completamente de acordo."

(via:  http://literatortura.com)

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Arde



Porque, apesar de tudo, amor é o que eu tenho pra dar e só.

sábado, 7 de julho de 2012

takk


Sou um idiota.
Tenho motivos para achar isso.
Existe uma garota. Não, a garota.
E não conheço nada nem ninguém mais doce que os olhos dela.
toda aquela pluma na alma, toda aquela alma carrega um peso tão grande, talvez ela não queria mostrar, talvez por ser pesada demais, mas eu quero tentar...

Quero falar, mas não sai nada.
é como aquelas comédias romanticas bobas que fazem a gente crer que exista o alguém ideal, o par perfeito, o seu numero. Calma, não existe. Mas deveria.

É aquele lance de ser você mesma, sabe? porque ninguem consegue fingir por muito tempo... É você querer ser você mesma e a  outra pessoa aceitar e achar graça das suas bobeiras, rir das suas piadas sem graça, é ajudar você a arrumar a decoração do seu quarto, é desenhar com você, é só ficar jogado no sofá ouvindo música , é ajudar a fazer a maquiagem, é tentar agradar naturalmente, é dormir segurando sua mão, é querer tirar fotos com você só pra dizer que tem, é te presentear com a presença, é você dar suas músicas preferidas para ela ouvir e ela achar que são as preferidas dela também, é acordar cedo antes de todo mundo só pra tomar café juntas, é brigar sobre quantas colheres de café se põe para se fazer um bom café, é ela te olhar com olhos de carinho e pegar no seu nariz, é esperar o dia inteiro ela chegar, é planejar uma vida, é escolher onde vai morar, é querer que dê certo... é muito querer, desculpa. É querer ser apenas um sujeito simples com uma menina simples e fazer coisas simples, mas com toda intensidade que se pode sentir... porque sempre foi assim comigo quando estou com ela: intenso e simples.

Sou um idiota.
Tenho motivos para achar isso.
Porque ela foi embora, assim como uma música acaba, assim como a noite chega, assim como a maquiagem sai, assim como o café esfria, assim como se perdem as fotos... é deixar de acordar tão cedo só para passar menos tempo pensando nela, é deixar de tomar café, é deixar de pintar e só querer ir embora também...

Sou um idiota.
Tenho motivos para achar isso.
Porque tentei arrancar sorrisos dela e tudo o que ela me deixou foram esses olhos cobertos de mar.

takk.

sexta-feira, 29 de junho de 2012

A lenda do peixe francês



 Era uma vez um peixe francês, soturno e muito triste, se perguntava: será que existem maiores mágoas que as minhas nestas águas? Dia após dia, imerso em agonia, nadava e tudo o que via era a árvore verde e amarela na beira do rio e só pensava nela ainda, a linda borboleta inteira feita de estrelas pretas, que vislumbrou apenas uma vez e tornou-se o grande amor do peixe francês.
O peixe que nunca tivera dores, nem problemas com amores, pois sua memória e consciência no mundo duravam sempre trinta segundos. Porém, depois de ver aquele ser Arcanjo rompendo seu casulo, num pulo, criou fixa idéia na mente e amor e morte... só sente.
O peixe leva na lembrança toda a pujança da paixão que arde desde aquela tarde.A borboleta parecia uma bela letra no meio de negras constelações e modernos aviões. Verão, outono, inverno e primavera, e a paz pro peixe não viera, nem nunca mais apareceu a borboleta que o entristeceu.
Muito tempo tinha se passado, a vida seguia com alma fria, seu fado. Mas eis que durante a quinta estação do ano, o peixe avistou um ser humano. Assustado, jamais tinha olhado gente assim:frente-a-frente.
Uma mulher entrou na água, nua numa negra noite de clara lua e o triste peixe percebeu no peito da moça de louça a borboleta de estrelas pretas.
As lágrimas no olho do peixe eram feixes de emoções por todos os seus corações. Ele olhava a borboleta mais bela que o som da clarineta m
exendo as asas como as algas de sua casa.

Depois de chorar de alegria e conter seu corpo, em folia, o peixe viu a linda moça de louça serena, saindo do rio...Com um riso no canto da boca e achando assim a vida pouca, lembrou que era o décimo terceiro mês: Época em que todo peixe francês vê seu amor pela última vez.

A lenda do peixe francês - Validuaté

mil e um balões

Varando a madrugada, fico olhando os desenhos no meu quarto e os balões que eu desenhei na parede para ela. O primeiro sem saber que ela gostava, mas os outros foram propositais...
Cheguei a comparar os balões a ela, e é verdade, ela tem muito de um balão.  É ardente, delirante, amoroso, abraçador de ventos e volta sem rumo para onde bem entender. Os balões somem, ela também.
Voa sem rumo, de acordo com o coração - o fogo - sem pressa, sem tanta gente, de manhã - para aproveitar o sol - descuidando da sua própria vida e a dos outros, apenas discutindo com o vento a sua direção.
E morrendo de rir, com todas as suas cores, dos males da vida.... Chuva? Não existe chuva. São as lágrimas das nuvens pesadas, das nuvens tristes... mas logo depois vem o sol. Em cárcere. Dotado apenas da função de brilhar. É. Vida comprida essa de brilhar.

Vai, coloca um disco, senta aí, escuta os meus pesares... Vem, senta, vem conhecer a menina das nuvens, que voa em balões imaginários, que fala a língua dos peixes franceses. Ok, não estou entendendo nada. Como assim peixe francês? Meu caro, é uma lenda (que apesar da citação, de nada tem a ver com balões. e daí?). Vem, fica sentado ouvindo, quero te contar o que aconteceu... a menina das nuvens, dos balões, a menina do amor, do sol, das lagartixas... ela foi embora num dos seus balões e até hoje espero a volta. Não volta.




ver o mundo girar de cima.





entrelinhas gritantes

É você acordar e ver que está tudo como sempre esteve
os passarinhos continuam lá fora cantando e os cachorros continuam a latir
a casa está silenciosa, ninguém está.
você está sozinho.
Apesar da casa silenciosa, sua mente é possui um turbilhão de pensamentos
sendo que 90% é pensando nas possibilidades, nas oportunidades perdidas
e em tudo que foi embora. As pessoas foram embora.

Ouvi esses dias que quem não dá assistência, na verdade, não tem medo da concorrência, porque ela simplesmente não se importa de perder a preferência.

90% do desgosto existente dentro da gente é decorrente da minha relação com as pessoas, das pessoas que  a gente gosta e não gosta da gente, ou das pessoas que a gente briga. Relacionar-se com as pessoas é desgastante, fisicamente e psicologicamente, é cansativo, tedioso e todos os adjetivos possíveis para caracterizar uma coisa ruim.

Mas o silêncio continua, as coisas continuam no seu lugar, inclusive as dores, os rancores, as cores e, para não finalizar rimando, o amor.

Ruim, né?


e é bem assim, só é doce se fizer bem.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

luzes-cores

o silêncio.

montei uma barraca no meu quarto, pendurei luzes no teto, desenhei os meus amores na parede.
Quero pintar a cara dela com a mais suave tinta, da cor do sol, e depois pendura-la na minha parede.
Ela não vai embora, ela me abraça com os olhos, doces olhos de menina feita de amor (e empadas).
como se fosse um pote de ouro no fim do arco-iris, transformei meu quarto no refúgio mais seguro, cheio de cor e de sossego, só para ela nao ir embora nunca mais. Posso passar a chave mil vezes, trancar a janela, amarre-lhe as mãos e os pés, mas quando ela vê o sol saindo da sua caverna, ela quer agracia-lo, quer beija-lo, e depois quer tomar café (em copo de vidro, como de costume).

Eu faço café, eu tiro a poeira do chão, do ventilador... eu arrumo a cama, eu lavo a louça, eu decoro poesias, eu sonho... Só pra você ficar, pequena. Que fique, vou gostar.

E quando ela dorme, ela nem sabe, mas desejo em mim o seu rosto sereno de sono, o seu semi sorriso, o cabelo desgrenhado, só para não esquecer da imagem dela.

e pode até parecer estranho, já que eu sempre fui sujeito livre, mas quando ela chega só consigo olhar pra ela e falar as coisas pra ela e me apaixonar por ela e sentir o cabelo dela e acariciar as mãos dela e olhar pros olhos dela e ouvir as poesias dela e...

só é amor se for com ela.

http://www.youtube.com/watch?v=wWs2dqKRgdI&feature=related

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Do meu peito

Ela quer ir e poft.

sexta-feira, 1 de junho de 2012

You should try

Parecia perdida entre seus pensamentos. Não profanava sequer uma palavra. Calada chegou, calada ficou. Tenho medo de gente assim. O que se passa na cabeça dessa criatura? Ela tá lá, sem demonstrar muitas expressões faciais ou movimentos corporais. ela apenas está ali, a me fazer companhia. É como estar sozinha, desculpa dizer. O meu íntimo não é íntimo do íntimo dela. E sustentar o silêncio é, muitas vezes, mais difícil do que gritar descabelada por qualquer coisa que seja.

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Balão de vira mundo

passei o dia inteiro pensando naquilo: "vou na sua casa a noite, tá? posso?" Passei o dia inteiro esperando dar 9:30 para ela chegar na minha casa, me abraçar e ficar por aqui logo... morar aqui, quem sabe. É, bem assim de primeira.
Continuo com aquele sorriso bobo, querendo sempre agradar e ela me diz que sou muito cheia de frescura.  Claro que é brincadeira, ela não me acha cheia de frescura... E nem eu sou tão organizada, arrumadinha e fofa sempre. Ela é.

Sei lá, talvez eu esteja apaixonada... Tipo, se passar o dia pensando comprar TUDO o que ver que lembra ela; escrever coisas para ela; rabiscar na parede o EU dela; se gostar de ouvir as coisinhas que ela fala; se sentir vontade de ficar apenas olhando pra ela e admirando seu coque lindo; olhar o desenho do rosto dela, mesmo sabendo que ela vai ficar com vergonha disso; se tudo isso é estar apaixonada... é, estou.


terça-feira, 15 de maio de 2012

A calma que me pede é mais além

sabe aquela pressão que vem do peito e que salta desesperada querendo sair feito louca e pular nos braços daquela criatura? aqueeela criatura que você dorme pensando e acorda pensando. É castigo? porque justo no dia que voce fala que gosta dela, ela some. Isso é um "mas eu não gosto", né? Eu sei que é...

"deixe-me só, fingindo que é de alegria que eu estou chorando..."

Estou louca, desesperada, eu quero ouvir alguma coisa, mesmo que seja um não em letras garrafais, mas pelo menos é uma certeza. Certezas, certezas... Mas pra que? É ruim gostar sem saber se o alvo aceita.

"se for pra me ferir com teu silêncio, respondo o teu vazio com uma paixão. para outros corpos que me satisfazem, já que essa rua te acalanta muito mais que o meu colchão." [...]

me deu três beijos úmidos de lagrimas, selou meus olhos com um arrepio...


@crime passional - Filipe catto

Quando você espalhou seu suor em mim

tô é com medo de chorar depois. Rasga tudo... quando lá vem as lagrimas rasgando tudo, parece até que elas nao vem dos olhos, mas lá das entranhas, e vem rasgando tudo, o coração, o estomago, a cabeça e deixa você lá, um lixo humano digno de piedade. E a pergunta mais falada: "o que foi?" E o conselho mais dado: "Fica assim não, bola pra frente, isso acontece, a vida continua". WHAT? A VIDA CONTINUA? ok.
vai, me explica aí como é essa "dependência" das pessoas e de onde vem. Qual teoria da ciência explica isso?

Eu posso estudar as formas mais perfeitas de sociedade e as relações sociais "primitivas" ou "complexas", mas nada me explica a complexidade de gostar de alguém. Inferno.

domingo, 13 de maio de 2012

Is a door

Sou artista em confundir as coisas. Se de fato gosto, qual a razão de calar? Tenho medo de ser gostada ou de não ser?

Eu faria chá pra ela, eu faria carinho no seu pé, eu daria plantinhas para ela cuidar... Eu não ia rir dela, eu ia rir com ela, das besteiras dela, ia achar engraçado o sinalzinho no nariz, mas ia achar lindo ao mesmo tempo. Eu iria deixa-la em casa, mesmo sendo muito longe da minha e eu gastasse toda a gasolina, mas pagaria o preço para deixa-la em casa com segurança. E talvez ela nem saiba que eu já passei horas olhando as coisas que ela escreve, mais do que pra ela, só por achar mais importante saber o que ela pensa do que ela aparenta ser.

sabe quando você espalha para todo mundo que você gosta de alguém e parece que aquilo dá muito errado, por "olho gordo" ou por, sei lá, opiniões demais?  Dessa vez eu decidi não contar pra ninguém dessa menina. Sabe por que? Para que dê certo. Mas caso não der, só chá pra acalmar...


Teimosa...