segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

um estranho no ninho

Vou embora, vou pra outro lugar onde posso me encontrar. Vou onde possam me ajudar a encontrar meu eu perdido no meu submundo, eu vou e quero mesmo permanecer com a minha sanidade intacta. Não quero me perder por aí agora.

Agora não.

Pode não ser a hora, pode não ser o momento, mas acontece que ele apareceu tão inesperado quanto meu nome na lista dos aprovados, quanto a vida que surgiu em mim, quanto o medo que de mim tomou conta. Ele me colocou no colo, cantou uma música e esperou que eu dormisse e acordasse lá, naquela cidade do interior, com tantas pessoas sorridentes e dispostas a viver tão claramente, sem nenhum desafeto e sem nenhum peso na alma; tantas pessoas que nem dali são, mas estão lá para trazer a vida àquela praça que funciona aos domingos, aquela praça a qual vou pertencer...

Não sei bem o que é ser o desconhecido, o filhote de cachorro no meio dos gatos, uma curiosidade, um ponto verde no meio do amarelo... São tantos ponto verdes para mim também.

Vou chorar com saudade de casa, mas também vou chorar por medo do mundo. Eu tenho medo do mundo, sempre tive, mas é ele que vai ser meu pai agora, é ele que vai me ensinar a viver do jeito mais difícil, do jeito que tem que ser. Segura a minha mão, pai, me leva...

Eu vou atrás do meu eu.