sexta-feira, 15 de março de 2013

que amor era esse que não saiu do chão?

É preciso muito mais que segurar as mãos para gostar de alguém. Não dá pra competir com relações duradouras, enquanto o que se tem a oferecer é temporário e vago, tão diferente do que já está construído pelo tempo e pelo conforto.
Aquela que pensa em mim o dia inteiro gasta as horas com uma outra que lhe tem amor, mas é um amor que dói, que machuca e transborda pelos olhos como um balde cheiro até a boca, molha o chão, ensopa o tapete e inunda a casa.
Enquanto pensei em delegar a ti uma tarefa que ninguém poderia executar, eu ia me apaixonando pelo jeito que você pega a minha mão.
Mas de que são feitas as relações se não podem ser regadas de quereres e vontades? Até aonde vão as limitações do querer? Do querer, a saudade. A certeza de que faltou mil coisas a aprender, a desejar e a fazer com ela. Vontades estas que ficaram no passado, tarefas inacabadas que passaram do prazo de validade.
Não é preciso muito mais para existir saudade.