quinta-feira, 12 de julho de 2012

coisinha

É quando eu paro em um lugar que eu começo a pensar. Olho ao redor e parece uma realidade inventada, que não me pertence e que não faz parte de mim.
O ambiente é livre de qualquer arte, mas tem um cachorro e um incenso às vezes aceso enquanto todos estão em seus computadores, devidamente individualizados. Não há nada na parede a não ser o relógio que bate incessante, te apressando, te lembrando que já se passaram alguns dias e que nada vai parar o giro da terra.
Sai músicas boas da caixa de som, mas nada que não tenha ouvido antes, nada que me toque realmente... a voz é conhecida, a melodia velha, a banda não é a mais bonita da cidade. nem do bairro.
a porta trancada a sete chaves impede que alguém entre nessa propriedade privada, que invada a individualidade da casa, que lhe roube suas coisas e depois vá, como se aquilo o pertencesse.

o cachorro dorme docemente no sofá, esperando o próximo passeio, a próxima brincadeira... Tudo está em ordem. Ordem. Ordem. Me incomoda a ordem. Quero riscar todas essas paredes brancas, jogar tintas e ficar louca alucinada brincando de cor.

Salve, porque sábado já vou pra casa!
Minha casa em cores, meu quarto em cores, meus olhos em cores . E eu.



O relógio bate 14:01. tic.