sexta-feira, 29 de junho de 2012

A lenda do peixe francês



 Era uma vez um peixe francês, soturno e muito triste, se perguntava: será que existem maiores mágoas que as minhas nestas águas? Dia após dia, imerso em agonia, nadava e tudo o que via era a árvore verde e amarela na beira do rio e só pensava nela ainda, a linda borboleta inteira feita de estrelas pretas, que vislumbrou apenas uma vez e tornou-se o grande amor do peixe francês.
O peixe que nunca tivera dores, nem problemas com amores, pois sua memória e consciência no mundo duravam sempre trinta segundos. Porém, depois de ver aquele ser Arcanjo rompendo seu casulo, num pulo, criou fixa idéia na mente e amor e morte... só sente.
O peixe leva na lembrança toda a pujança da paixão que arde desde aquela tarde.A borboleta parecia uma bela letra no meio de negras constelações e modernos aviões. Verão, outono, inverno e primavera, e a paz pro peixe não viera, nem nunca mais apareceu a borboleta que o entristeceu.
Muito tempo tinha se passado, a vida seguia com alma fria, seu fado. Mas eis que durante a quinta estação do ano, o peixe avistou um ser humano. Assustado, jamais tinha olhado gente assim:frente-a-frente.
Uma mulher entrou na água, nua numa negra noite de clara lua e o triste peixe percebeu no peito da moça de louça a borboleta de estrelas pretas.
As lágrimas no olho do peixe eram feixes de emoções por todos os seus corações. Ele olhava a borboleta mais bela que o som da clarineta m
exendo as asas como as algas de sua casa.

Depois de chorar de alegria e conter seu corpo, em folia, o peixe viu a linda moça de louça serena, saindo do rio...Com um riso no canto da boca e achando assim a vida pouca, lembrou que era o décimo terceiro mês: Época em que todo peixe francês vê seu amor pela última vez.

A lenda do peixe francês - Validuaté