quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Sobre estar vivo

Vai, menina, deixa eu escrever sobre sua vida, deixa eu escrever sobre como você dorme bonito e como acorda já fazendo carinho... Vai, menina, eu nem peço tanta coisa, só um aval, um olhar de consentimento e talvez seus joelhos na minhas costas me incomodando enquanto tento dormir.
Deixa eu dizer, menina, o quanto você fica linda fumando seu cigarro e brincando com seu isqueiro enquanto nem percebe que estou percebendo.
Quero que retire as tuas cores no varal, que traga tuas cores para a minha vida sem graça, quero ver o mundo com teus olhos cor de rosa, quero suco de laranja e guaraná misturado como a gente, quero ir para sua casa só pra te ouvir falar...

Você é ar quente para meu balão, você é a luz do banheiro acesa no escuro infinito, você é sorriso de canto de boca, você é banho tomado - eu sou olhar de cão perdido, eu sou vergonha, sou vontade...


Mas, menina, é tão difícil fazer você entender, é tão difícil fazer você perceber, é tão difícil ver você sorrindo para outra menina sem nem sequer notar que eu sorrio para você. Mas mesmo assim ainda sorrio.

E eu nem menti quando disse que você seria a melhor...